terça-feira, 18 de setembro de 2012



                                  De Piracity à Sampa – Gabriel Charaf Bdine
Imagine um céu azul, uma vista com poucos prédios, varias casas, terrenos baldios e alguns carros. Piracicaba era assim pra mim, uma cidade no interior de São Paulo. ´´Piracity `` me ensinou durante 16 anos, que a pessoa não é conhecida por quem ela realmente é, mas sim por de quem ela é filho. Em Piracicaba quando eu era moleque,  sempre se  andava em mini-gangues nas festas e um olhar feio entre elas, poderia significar uma briga. Esse município me ensinou, que para você não parecer ´´mala ``, você deveria usar shorts, camiseta regata, boné e tênis de skatista. Se o moleque usasse algo que fosse  muito diferente disso, era logo chamado de playboy, o que não significava algo muito bom. Obviamente que estou generalizando Piracicaba, mas a minha experiência principal lá foi essa.

Eu sempre viajava para São Paulo, eu adorava vir pra cá. Eu  visitava meus primos, passeava pela Faria Lima e me sentia eu mesmo, pois ninguém apontava e dizia ó o filho do fulano. Nessa selva de concreto, eu podia vestir a roupa que eu quisesse sem ser chamado de playboy e bastava só eu mudar o sotaque e falar ´´ não to intendendo  `` que eu já me tornava um paulistano .
Aos 16 anos mudei para São Paulo, perdi a maioria das amizades de Piracicaba, perdi a vista do grande céu azul, não encontrei a calma do interior, virei um cara mais nervoso, bati o carro, peguei alergia da fumaça, andei de metrô, ônibus e peguei trânsito de horas. Aprendi, o que é não ser conhecido pela imagem de outra pessoa ( no meu caso, o meu pai ), me ensinaram que a cultura é algo bom e é sinônimo de comunicação. Nessa cidade eu me encontrei, vi filmes, peças de teatro, orquestras, palestras, musicais, shows , baladas, restaurantes e uma infinidade de coisas. Aqui eu encontrei o verdadeiro Eu e não troco São Paulo por nada .



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